Este ano foi de "água ao melro que lhe seca o bico" mas nem por isso deixamos de te trazer temas refrescantes. Hoje vamos falar sobre o melro-preto: Turdus merula.

O melro-preto pode ser encontrado no Parque da Cidade e no Jardim Botânico do Porto. É um animal bastante fácil de identificar por causa da sua penugem preta (no caso dos machos), do bico alaranjado e das patas e cauda bastantes salientes.

Por vezes são confundidos com o estorninho-preto cuja diferença está no brilho das penas. Nas fêmeas, a plumagem é acastanhada e é frequente apresentar algumas riscas. Uma coisa é certa - os melros não são esquisitos na alimentação. Desde os vermes, aos insetos e às frutas, tudo o que vier à rede é peixe.

Cada vez mais se têm adaptado aos meios urbanos e gostam de viver lá, sendo por isso bastante populares nas nossas cidades. Na verdade, o melro-preto é a ave nacional da Suécia.

A presença deste animal no nosso quotidiano é frequente. Por exemplo a simbologia mitológica associada aos seus 3 metros, que sentado a cantar na Árvore do Mundo, coloca quem o está a ouvir numa espécie de transe e permite que essa pessoa viaje para outro mundo. Ou então a crença de que os melros conseguem transmitir segredos míticos.

A lenda mais conhecida é a do melro de da cereja, ilustrada na seguinte Banda Desenhada, por um menino da escola primária.

(Da esquerda para a direita) - Conta a lenda que um lavrador estava a guardar as suas cerejeiras. O melro dando conta que o lavrador estava distraído depenicou uma cereja. O lavrador ao dar conta que o melro estava a fugir com a cereja, pegou na espingarda e foi atrás dele. O agricultor apontou a espingarda e deu um tiro, o melro assustou-se e deixou cair a cereja. O dono do terreno foi ver o que se passava e viu um estranho a pegar qualquer coisa do chão. Discutiram, discutiram e nada concluíram.

                                                                                                                                         Read in English

Autor: Susana Martinho