Que existem espaços verdes na cidade do Porto todos sabemos. Mas sabias que estes espaços são vitais para o desenvolvimento do meio urbano?
No passado fim-de-semana (3 e 4 de Março), decorreu um ciclo de palestras sobre as espécies ameaçadas, cujo propósito ainda se mantém - mobilizar os cidadãos para a preservação da biodiversidade no nosso planeta, onde ano após ano os animais em vias de extinção aumentam.
A palestra do último dia "Grandes medidas para pequenas espécies - dos espaços verdes urbanos para a protecção de animais como pirilampos, texugos e sapos-parteiros", desperta interesse pela história destes animais.
Pirilampos
Foto: Montepio |
Os Pirilampos são escaravelhos que pertencem à família Lampyridae. Existem cerca de 2 000 espécies de piralampos.
Vivem numa variedade de ambientes quentes, incluindo regiões mais temperadas/húmidas (como lagos, pântanos ou florestas) de quase todo o mundo e surgem durante o anoitecer de verão. Um adulto vive cerca de dois meses e pode chegar a medir 2,5 cm.
Possuem órgãos luminosos localizados no seu abdómen que produzem uma luz fluorescente.
Sabias que em Gaia, no Parque Biológico, durante o mês de Junho, podes vê-los colorir as noites de Verão?
Texugos
Foto: Museu Virtual |
O Texugo é bastante social, e escava complexos de tocas que servem de abrigo para o grupo. É bastante comum em Portugal, e apesar de facilmente reconhecível, raramente o vemos por ser de hábitos noturnos e discretos. É um carnívoro de médio porte, pertencente à Família dos Mustelídeos. O corpo mede entre 67 e 80 cm de comprimento e a cauda entre 11 e 19 cm. Em Portugal, o peso não ultrapassa os 10kg.
Habita toda a Euroásia temperada, exceto o Norte da Península Escandinava e da Rússia, estando inclusivamente presente em algumas ilhas do Mediterrâneo.
Em Portugal está presente em todo o território continental, sendo uma espécie relativamente abundante.
Os motivos principais da sua possível extinção relacionam-se com a morte frequente por atropelamento, a desflorestação e fragmentação do seu habitat.
E não te esqueças! Os texugos são muito oportunistas, ou seja atenção às coisas que levas contigo porque eles roubam e fogem!
Sapos-parteiros
Foto: Naturlink |
Limitado ao Sudoeste da Península Ibérica, o sapo-parteiro-ibérico é bastante peculiar: os machos transportam os ovos às costas e embora esta espécie tenha posturas pequenas, asseguram a sobrevivência da maioria dos seus descendentes. Este anfíbio tem geralmente menos de 4,5 cm de comprimento, tem cor parda com manchas mais escuras (castanhas, cinzentas ou esverdeadas) no dorso e em média, as fêmeas são maiores que os machos.
É uma espécie que só existe no quadrante sudoeste da Península Ibérica. Em Portugal existe sobretudo a sul do rio Tejo e a sua presença no Porto está a decrescer. Os principais factores de ameaça para este sapo são a destruição ou alteração das zonas húmidas e o acelerado desaparecimento do bosque mediterrânico. Encontra-se geralmente em zonas de baixa e média altitude, sobretudo em solos arenosos.
O ciclo de palestras organizado no âmbito da Exposição Photo Ark, levado a cabo pelo fotógrafo americano Joel Sartore, pela Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva prolonga-se até Abril. As próximas sessões realizam-se nos dias 24 (Os habitats da floresta e a biodiversidade nos geossítios: os desafios da gestão florestal na defesa contra os incêndios e na protecção das espécies ameaçadas) e 25 de Março (A conservação dos oceanos e dos ecossistemas marinhos).
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