Sabias Que: As árvores têm algo a contar

By Pedro Valente Lima - março 18, 2018

Foto: Pedro Valente Lima
A Natureza continua a surpreender-nos e é por isso que alguns de nós dedicam a sua vida ao seu estudo. Tem sempre algo a contar. Mas o que é que podemos saber com os anéis das árvores?

À medida que crescemos, os anos passam e normalmente celebramos o nosso aniversário. Contar a nossa idade nunca foi um problema, mas e quanto à idade das árvores? Algumas estão por cá desde há milhares de anos, mas nunca podemos afirmar a sua idade simplesmente ao olhar para a maioria delas.

Durante séculos, mesmo desde da Antiguidade Clássica, o Homem tentou atingir um método de contagem da idade eficaz. No início do século XX, o astrónomo A.E. Douglass aparece com uma descoberta: os anéis das árvores têm uma correlação com o seu ritmo de crescimento. Com tal conclusão, tornou-se no fundador da dendrocronologia - o método científico de contagem da idade das árvores - e do Laboratory of Tree-Ring Research (Laboratório de Pesquisa para Anéis de Árvore), na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Mas como funciona? 


Bem, não precisas de ser um ás em ciência de foguetões para entender este método simples. O processo é baseado nos anéis apresentados pela árvore. Pode ser de um ramo, mas o mais preciso serão os anéis do tronco, já que é a parte mais próxima da génese da árvore. A contagem é fácil: os anéis largos e claros são sinal de crescimento, normalmente na primavera, enquanto que os anéis mais finos e escuros corresponde a uma desaceleração do seu crescimento, que normalmente começa já no verão.

Este método, contudo, só poderá ser usado nas zonas temperadas do mundo, onde existe uma clara diferença entre as estações do ano. Em áreas perto do Equador, por exemplo, a contagem é mais difícil, uma vez que, devido ao clima, os anéis das árvores não conseguem formar uma clara distinção.

Contudo, não é a única coisa que estes anéis nos podem dizer. De acordo com o seu tamanho, é possível determinar as condições climatéricas nas quais a árvore cresceu e compará-las com árvores de outras regiões. Isto pode ajudar no estudo das alterações climáticas ao longo do espaço e do tempo, por exemplo.


A diferença entre os anéis centrais e exteriores também nos fornece uma perceção das células vivas e mortas da árvore. Como se pode ver neste caso, a área mais escura representa as células mortas, enquanto a zona mais clara é constituída por células vivas.

Há também alguns padrões facilmente identificáveis quanto à posição da árvore. Normalmente, devido à gravidade, as árvores tendem a crescer de forma inclinada. De modo a combater essa condicionante, as árvores desenvolvem anéis mais grossos na direção oposta à qual a gravidade está a puxar, assim como acaba por formar anéis mais finos na parte inferior.


Esta técnica requer que cortes a árvore? Normalmente, mas existem outros métodos alternativos. Podes usar uma perfuradora para retirar um pedaço cilíndrico do centro da árvore ou podes observar e contar as espirais formadas.

Foto: leakstev.blogspot.pt/
Estes métodos não são tão eficientes, mas não requerem o corte total da árvore.

Se ainda queres saber mais acerca do assunto, sugerimos este vídeo com um resumo do essencial:




Autor: Pedro Valente Lima

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