A Cidade das Camélias: a história por trás da flor mais famosa do Porto
By Unknown - março 06, 2018
Caso não tenha
visto, realizou-se este último fim-de-semana no Porto a 23ª Exposição de Camélias. Mas como é que uma planta asiática se torna na flor mais emblemática
de uma cidade portuguesa?
As camélias
são oriundas do Sudeste Asiático, onde desde há vários séculos foram cultivadas
em jardins da China e do Japão. O primeiro sinal de camélias na Europa data dos
séculos XVI e XVII, em representações em objetos e ornamentos encontrados em mosteiros,
museus e coleções privadas de realeza portuguesa e espanhola.
Contudo,
pensa-se que a flor em si só chegou a Portugal algures entre 1805 e 1810, pelas
mãos de Luís Van Zeller, que encomendou as flores de Inglaterra. Um estudo feito pela Quinta de Santo Inácio de Fiães com o objetivo de saber a idade de uma árvore de camélias da sua propriedade, também confirmou esse intervalo de tempo.
Durante os
anos seguintes, vários entusiastas continuaram a difundir a planta. As camélias
adaptaram-se depressa ao clima portuense e não demorou muito até que as
variedades portuguesas começassem a ser registadas e referenciadas em catálogos
nacionais e internacionais desta planta. O maior propulsor destes “anos
dourados” foi José Marques Loureiro, considerado o “pai” da horticultura em Portugal.
Foto: Pedro Valente Lima |
Depois de 70
anos a prosperar no Porto, as camélias perderam alguma visibilidade durante os
primeiros três quartos do século XX, até 1984, ano da primeira Exposição de
Camélias do Porto.
Hoje em dia,
as camélias podem ser encontradas num grande número de jardins um pouco por todo
o Porto. Entre eles, um dos mais emblemáticos é o Jardim de S. Lázaro, que
casais costumavam frequentar para encontros românticos durante os tais “anos dourados”
das camélias. Se procura combinar a visita de jardins bonitos com um pouco de
cultura, Serralves também tem algumas das muitas variedades de camélias que
existem.
0 comentários